A grande diferença para o
enorme desenvolvimento e crescimento da hotelaria nos Estados Unidos foi a
consciência de igualdade que se desenvolveu no novo país. Enquanto no século
XIX na Europa, os únicos que podiam desfrutar de luxos eram os aristocratas, nos
Estados Unidos esses luxos estavam a disposição de quem pudesse pagar, não
importando se esses pertenciam a classes nobres ou não (não posso deixar de
comentar que, se algo ali não há é Nobresa). Isso traspassou a hotelaria. Como
coloca perfeitamente DUARTE (1996, p. 10): “Os hotéis foram abertos para a
comunidade.” Perfeita descrição do capitalismo e da democracia que surgia, o
poder do dinheiro e não de status, o poder da igualdade.
Segue alguns marcos do desenvolvimento da hotelaria dos EUA:
- 1794 – Abertura do City Hotel, primeiro prédio construído para ser um hotel,
com 73 quartos
- 1829 – o inauguração do Tremont House
de Boston. Considerado o “Adão e Eva” da Hotelaria. Suas inovações físicas
eram marcantes: oferecia quartos com acomodação privada, single e double (o
conceito anterior ainda era de grandes quartos com muitas camas). Todos com
portas e fechaduras. Cada quarto tinha sua bacia e jarro para higiene pessoas.
Oferecia um sabonete de cortesia. O surgimento do mensageiro.
O Tremont House foi um marco importantíssimo para o
desenvolvimento da hotelaria mundial. Os hóspedes procuravam cada vez mais
luxos para suas estadias, e cada vez mais os hotéis proporcionavam o que eles
desejavam. Os meios de hospedagem não eram mais apenas locais de hospedagem
simples e pura (o que significava: para dormir) e sim um local de conforto,
diferente e onde se proporciona, muitas vezes, uma estadia melhor que as das
próprias residências. Esse “boom” na hotelaria americana com certeza ajudou e
muito no desenvolvimento do turismo da época. As pessoas possuíam mais motivos
para procurar conhecer outras localidades.
Os Estados Unidos mostrou que sua classe média era o grande público para esses hotéis que surgiam e conforme a acessibilidade a esses meios de hospedagem foram crescendo a procura por viagens também foi.
Passou nessa época também a se desenvolver um padrão de atendimento, com dignidade, respeito e principalmente privacidade, diferencial que até então não existia na hotelaria.
O grande nicho de mercado americano no final do século XIX começo do XX era a classe média. O maior desafio encontrado pelos empresários do ramo foi desenvolver conceitos que satisfizessem a esse público com igualdade no atendimento e preço mais acessíveis.
Como descreve DUARTE (1996, p. 12), o primeiro empresário a encontrar soluções para esse mercado foi Ellsworth M. Statler:
Os Estados Unidos mostrou que sua classe média era o grande público para esses hotéis que surgiam e conforme a acessibilidade a esses meios de hospedagem foram crescendo a procura por viagens também foi.
Passou nessa época também a se desenvolver um padrão de atendimento, com dignidade, respeito e principalmente privacidade, diferencial que até então não existia na hotelaria.
O grande nicho de mercado americano no final do século XIX começo do XX era a classe média. O maior desafio encontrado pelos empresários do ramo foi desenvolver conceitos que satisfizessem a esse público com igualdade no atendimento e preço mais acessíveis.
Como descreve DUARTE (1996, p. 12), o primeiro empresário a encontrar soluções para esse mercado foi Ellsworth M. Statler:
Em Janeiro de 1908,
foi inaugurado o “Statler Hotel” em Búfalo, marcando a história como sendo o
primeiro hotel comercial moderno. Ele incorporou todas as técnicas
anteriormente conhecidas e introduziu inovações: portas corta-fogo protegendo
as escadarias principais, fechaduras em todas as portas (porém com a maçaneta
abaixo do tambor da chave), interruptor de luz ao lado das portas de entrada
nos ambientes, banheiro privativo para cada apartamento, água corrente, espelho
de corpo inteiro em todos os quartos e jornal matutino gratuito para os hóspedes.
Statler criou, ainda, um slogan que contribuiu muito para o marketing do seu
hotel: A room and a bath a dollar and a half”. (Um quarto e um banheiro por um
dólar e meio)
O crescimento da
hotelaria foi interrompido somente pelo início da Primeira Guerra Mundial (1914
a 1918). Mas foi no período de 1910 a 1920 que luxuosos e famosos hotéis foram
construídos nos Estados Unidos, como:
- Hotel
Pennsylvania (atual Stlater) em Nova York
- New Yorker (de Ralf Ritz) em Nova York
- Stevens Hotel (hoje pertencente a marca Conrad Hilton) em Chicago
- New Yorker (de Ralf Ritz) em Nova York
- Stevens Hotel (hoje pertencente a marca Conrad Hilton) em Chicago
Com a década de 30
veio a grande depressão (1929 a 1939) e o pior período para a hotelaria norte
americana. 85% das propriedades hoteleiras fecharam suas portas ou ficaram
sobre intervenção judicial como descreve DUARTE (1996, p. 13).
O início recuperação da
Hotelaria veio somente com a Segunda Guerra Mundial (1931 a 1941). Grandes
negócios eram feitos principalmente no que se diz respeito à indústria bélica e
de suprimentos (esses que eram fornecidos aos países europeus em guerra).
Milhares de americanos foram convocados para a guerra e outros milhares se
deslocavam de suas casas em função dos negócios. O padrão de atendimento caiu,
por falta de pessoal treinado para o atendimento nos hotéis e pela grande
procura por apartamentos, mas em compensação um grande número de hotéis surgiu.
Mas o segmento do turismo realmente só obteve uma recuperação significativa na
década de 50.O Século XX foi de grande desenvolvimento para o setor hoteleiro nos EUA, excluindo os períodos da primeira grande guerra e da grande depressão, como mostra os gráficos e tabelas abaixo desenvolvidas com base nos dados fornecidos pela American Hotel Association. As grandes redes hoteleiras se alastraram não só nos Estados Unidos como em todo o mundo, com o compromisso de qualidade e serviço de boa qualidade, seguindo sempre um padrão em todo o Mundo:
Histórico da
hotelaria no Brasil
O século XVIII e a
cidade do Rio de Janeiro e de São Paulo surgem como marcos iniciais da
hotelaria no Brasil. Nesse período, como descreve ANDRADE (2000, p. 20) as
casas de hospedagem começaram a surgir na cidade do Rio de Janeiro: “No século
XVIII começaram a surgir na cidade do Rio de Janeiro estalagens, ou casas de
pasto, que ofereciam alojamento aos interessados, embriões de futuros hotéis”.
Foi também no século XVIII Charles Burton fez a primeira classificação das hospedarias paulistanas. Segue a classificação de Burton segundo DUARTE (1996, p.16):
Foi também no século XVIII Charles Burton fez a primeira classificação das hospedarias paulistanas. Segue a classificação de Burton segundo DUARTE (1996, p.16):
1ª Categoria
Simples pouso de tropeiro
2ª Categoria Telheiro coberto ou rancho ao lado das pastagens
3ª Categoria Venda, correspondente a “pulperia” dos hispano-americanos, mistura de venda e hospedaria.
4ª Categoria Estalagens ou hospedarias
5ª Categoria hotéis
2ª Categoria Telheiro coberto ou rancho ao lado das pastagens
3ª Categoria Venda, correspondente a “pulperia” dos hispano-americanos, mistura de venda e hospedaria.
4ª Categoria Estalagens ou hospedarias
5ª Categoria hotéis
A chegada da corte
portuguesa ao Rio de Janeiro (1808) e a abertura dos portos também foram marcos
do princípio da hotelaria na cidade. Com a chegada da corte, muitos
estrangeiros passaram a transitar pelo Rio de Janeiro, assim criando a
necessidade de meios de hospedagem mais preparados e com maior capacidade. Na época
havia um hotel em especial que merece um grande destaque, como descreve ANDRADE
(2000, p. 21):
Cabe destacar,
nessa época, o Hotel Pharoux, pela
localização estratégica junto ao cais do porto, no largo do Paço, considerado
um dos estabelecimentos de maior prestígio no Rio de Janeiro.
Já na capital
paulista, somente a partir da data de 1870 é que alguns meios de hospedagem
passaram a merecer destaque como: Hotel Paulistano, Hotel do comércio, Hotel
Universal, Hotel Providência, Hotel Quatro Estações entre outros.
Nesse início da Hotelaria no país percebemos nos meios uma forte influência europeia, tanto nos conceitos como nas próprias construções. Também é preciso reforçar que os meios de transporte e sua evolução foram decisivos para o crescimento do setor no país assim como no Mundo.
Se considerarmos o século XVIII o século que deu inicio do setor no país, o século XIX foi o de estagnação, durante todo o século XIX o país sofreu com o problema de escassez de hotéis (problema esse mais acentuado na cidade do Rio de Janeiro). Já o século XX foi o de grande evolução e revolução para o setor.
Em São Paulo o grande impulso foi a construção da São Paulo Railway e o grande marco foi a construção do Hotel Términus e do Hotel Esplanada, ANDRADE (2000, p.17):
Nesse início da Hotelaria no país percebemos nos meios uma forte influência europeia, tanto nos conceitos como nas próprias construções. Também é preciso reforçar que os meios de transporte e sua evolução foram decisivos para o crescimento do setor no país assim como no Mundo.
Se considerarmos o século XVIII o século que deu inicio do setor no país, o século XIX foi o de estagnação, durante todo o século XIX o país sofreu com o problema de escassez de hotéis (problema esse mais acentuado na cidade do Rio de Janeiro). Já o século XX foi o de grande evolução e revolução para o setor.
Em São Paulo o grande impulso foi a construção da São Paulo Railway e o grande marco foi a construção do Hotel Términus e do Hotel Esplanada, ANDRADE (2000, p.17):
Marco significativo
da hotelaria paulista ocorreu com a inauguração do Hotel Términus, com mais de
200 quartos, localizado na atual Avenida Prestes Maia, onde hoje temos o
edifício da Receita Federal. Posteriormente, em 1923, é de se mencionar o
moderno Hotel Esplanada, ao lado da imponente edificação do Teatro Municipal
com seus 250 apartamentos, magnífico hall de entrada todo de mármore Carrara,
três luxuosos salões-restaurante, salão de chá, ponto de encontro da elite
paulista.
No Rio de Janeiro a
escassez de hotéis que marcou o século XIX estendeu-se até o início do século
XX quando o governo criou o decreto nº1160, de Dezembro de 1907, como descreve
ANDRADE (2000, p.21):
O problema da
escassez de hotéis no Rio de Janeiro, que já acontecia em meados do século XIX,
prosseguiu no século XX, levando o governo a criar o Decreto nº1160 (…) que
isentava por sete anos, de todos os emolumentos e impostos municipais, os
cincos primeiros grandes hotéis que se instalassem no Rio de Janeiro. Esses
hotéis vieram, e com eles o Hotel Avenida, o maior do Brasil, inaugurado em
1808 (…).
O setor no Rio de
Janeiro também considera outras duas construções marcos da hotelaria na cidade,
como coloca DUARTE (1996, p.17):
Seu marco hoteleiro
foi ainda famoso Copacabana Palace, cuja construção contribuiu de forma
decisiva para transformar o Rio de Janeiro em pólo de turismo e lazer. Em
Agosto de 1922, inaugura-se o Hotel
Glória, hoje um dos maiores hotéis do Brasil com 700 apartamentos.
O Copacabana
Palace, com sua imponente construção e localização privilegiada, um dos mais
famosos hotéis do Brasil e o mais tradicional segue até hoje como um importante
ponto turístico da cidade (www.copacabanapalace.orient-express.com):
“Rio’s most
traditional and luxurious hotel was opened in 1923. The impressive,
stucco-fashioned landmark building was designed by the French architect Joseph
Gire, who was inspired by two hotels: the Negresco in Nice and the Carlton in
Cannes. Since its opening, it has had only two owners – the Guinle family of
Rio de Janeiro and from 1989, Orient-Express Hotels.”
A partir da década
de 30 os grandes hotéis são implantados nas capitais, estâncias minerais e nas
áreas de apelo paisagístico.
A década de 40 foi marcada por um episódio muito importante para o desenvolvimento dos grandes hotéis, a proibição dos jogos de azar (1946). Muitos grandes hotéis fecharam suas portas e muitos tiveram que reestruturar seus estabelecimentos. Até hoje há uma enorme polêmica sobre a liberação de cassinos no país, como coloca a reportagem da Revista Veja (1998):
A década de 40 foi marcada por um episódio muito importante para o desenvolvimento dos grandes hotéis, a proibição dos jogos de azar (1946). Muitos grandes hotéis fecharam suas portas e muitos tiveram que reestruturar seus estabelecimentos. Até hoje há uma enorme polêmica sobre a liberação de cassinos no país, como coloca a reportagem da Revista Veja (1998):
O presidente da
Embratur também está preocupado. No tocante ao turismo, Carvalho acha que a
criação de cassinos não trará nenhuma vantagem. Um estudo da entidade diz que os
turistas de alto poder aquisitivo continuarão jogando no exterior e os turistas
estrangeiros não seriam atraídos ao Brasil.
Com a proibição, a
hotelaria de lazer e o conjunto da atividade hoteleira somente tiveram novo
avanço com os incentivos ficais da operação 63, do Banco Central. Porém esse
incentivo em partes não foi muito significativo para o crescimento e
desenvolvimento do setor.
Esta medida
favoreceu o grande crescimento da Rede Othon, que figurava entre as maiores do
mundo, e de outras redes como Vila Rica e Luxor. Porém todas com capitais
fechados, caracterizadas pela administração familiar.
Somente em 1966 é
criado a EMBRATUR e junto com ela o FUNGETUR que atua através de incentivos
fiscais na implantação de hotéis, promovendo uma nova fase na hotelaria
brasileira, principalmente no segmento de hotéis de luxo, cinco estrelas.
Sob a tutela da EMBRATUR nos anos 60 e 70 as grandes redes internacionais chegam ao país, mas os hotéis construídos são, em sua maioria, de categoria Cinco estrelas e em quantidade limitadas, assim não acessíveis a grande parte da população.
Somente nos anos 90 é que as grandes redes passam a construir no país hotéis mais econômicos e de padrão internacional, isso pelo alto grau de procura dos consumidores por esse produto. Foi também nessa época que ocorreu a abertura do país para a globalização, assim abrindo também o mercado do turismo de negócios.
Por falar em Hotelaria: Gestão com Rentabilidade.
Sob a tutela da EMBRATUR nos anos 60 e 70 as grandes redes internacionais chegam ao país, mas os hotéis construídos são, em sua maioria, de categoria Cinco estrelas e em quantidade limitadas, assim não acessíveis a grande parte da população.
Somente nos anos 90 é que as grandes redes passam a construir no país hotéis mais econômicos e de padrão internacional, isso pelo alto grau de procura dos consumidores por esse produto. Foi também nessa época que ocorreu a abertura do país para a globalização, assim abrindo também o mercado do turismo de negócios.
Por falar em Hotelaria: Gestão com Rentabilidade.
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